Não há ninguém que não conheça a profissão de arquitecto, seja pessoalmente ou apenas por ouvir falar, seja porque alguém precisou de um ou seja porque viu um programa de televisão onde havia um arquitecto a falar. Mas será que todos sabem realmente o que faz um arquitecto? Quanto tempo dura um curso de arquitetura? Quanto ganha um arquiteto em Portugal?
Estes profissionais têm muito prestígio, mas não são propriamente superstars
… É normal que não se saiba tudo. E se a esta altura está a pensar que este tipo de informações só servem para um jovem determinado em tornar-se arquitecto, pense novamente: – quem está a pensar em construir uma casa ou abrir um negócio vai precisar de contratar um destes profissionais. Seja edifício privado, moradia individual ou edifício público: o arquitecto intervém nas diferentes fases da realização de uma obra, desde a concepção de um edifício à aceitação da obra, e por isso é sempre importante conhecer as várias facetas da profissão. Venha descobri-las neste artigo com a homify!
A arquitectura e, por conseguinte, os arquitectos não têm uma origem única, mas sim vários grandes berços: a Ásia Central, a Índia, a China, o Egipto, a América Andina e a Meso América. Em cada uma dessas regiões atingiu um grande desenvolvimento, prejudicado pelas restrições severas de leis, religião, despotismo e castas. Na Ásia, a arquitectura muitas vezes assume um carácter teatral, para o qual contribui o luxo exagerado da ornamentação exuberante. Na Índia, a arquitectura pertencia, claro, às classes altas e aos deuses, reflectindo esse carácter religioso mesmo em edifícios habitacionais, com um estilo tão diverso como as suas remotas regiões. À Grécia é atribuída muitas vezes o nascimento da arquitectura como a conhecemos hoje. Os seus arquitectos criaram leis de proporções e aplicaram-nas com mestria, criando então as três ordens (dórica, jónica e coríntia) que são a base de toda a arquitectura clássica desde então.
Os romanos, com a sua característica tendência para a apropriação das culturas conquistadas, tomaram como seu pormenores e elementos arquitectónicos de outros povos e desenvolveram-nos, tornando-os distintivos da sua própria cultura. É com os romanos que a arquitectura ganha uma dimensão mais democrata, atingindo camadas menos elitistas da população e o urbanismo ganha uma expressão mais abrangente, com cidades pensadas ao detalhe um pouco por todas as regiões ocupadas. Banhos públicos com elementos arquitectónicos detalhados como abóbadas e pendentes quebrados, contra pilares, entre outros, panteões e muitos outros edifícios públicos que chegaram até aos nossos dias, mas com um carácter mais prático do que a arquitectura Grega. Mais tarde este estilo de arquitectura deu origem à arquitectura bizantina.
A arquitectura segue depois duas grandes correntes, uma em direcção ao Oeste, onde forma o estilo românico; a outra, para o Oriente, onde a arquitetura passa a ser árabe ou mourisca.
Até aos nossos dias os arquitectos se inspiram nestes clássicos.
Todo este processo evolutivo e o que se lhe seguiu teve como base a criatividade e a sabedoria de cidadãos notáveis em cada cultura – os arquitectos.
O arquitecto não passa o dia todo a fazer desenhos ou maquetes! As suas competências são muito vastas e abrangem toda a construção do edifício, desde o planeamento até à entrega da obra, passando pela gestão de obra. É a chamada Gestão de Projectos
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O arquitecto tem de ter uma licenciatura em arquitetura e, tal como para os médicos ou advogados, a profissão é regida por uma Ordem. Para poder usar o título, o arquitecto deve ter um diploma emitido após a licenciatura e estar inscrito na Ordem dos Arquitectos. Além disso, devem manter os seus conhecimentos actualizados com formação contínua e, claro, respeitar um código de ética, que pode consultar na página da Ordem.
O arquitecto pode praticar a sua actividade em particular ou em parceria e a base da profissão de arquitecto é aconselhar, apoiar e representar o seu cliente. Para isso, ele sugere soluções de interesse exclusivo do cliente, tendo como ponto de partida os conhecimentos adquiridos e a experiência que já tenha acumulado.
Há, ou deveria haver, sempre um arquitecto envolvido em qualquer construção, reforma ou ampliação, muitas vezes mesmo em casos que vão além do mandatório por lei.
O campo de competência do arquitecto é vasto e ele oferece muitas garantias de conhecimento e actualização técnica.
O que faz um arquiteto:
É profissional do design: não é o mesmo que desenhista ou designer, mas pode ser ambas as coisas. O arquitecto sabe desenhar os projectos e domina as técnicas de representação gráfica mais actuais, para os apresentar e representar, para unir na perfeição todos os elementos pretendidos pelo cliente. Isto pode incluir todos os elementos interiores e exteriores, incluindo o design do mobiliário.
É especialista técnico: o arquiteto é o único profissional que tem uma visão global do projecto e de todas as profissões necessárias para o executar, iniciando esse conhecimento muito antes de o projecto existir sequer no papel. Ele possui os conhecimentos técnicos e legais necessários para aconselhar e incluir as soluções adequadas e actuais, e as ferramentas necessárias para controlar e coordenar os diversos intervenientes num projecto, mesmo que não o faça em todos.
É especialista em orçamentação e economia: é do arquitecto a obrigação de conceber um projecto que respeite o orçamento do cliente. Ele deve gerir e acompanhar o aspecto financeiro da intervenção desde o início do projecto até à sua entrega, informando o cliente de factores que possam aumentar os custos.
O especialista em urbanismo: o arquitecto tem as competências técnicas para fazer projectos urbanísticos e a obrigação de conhecer todas as regras do urbanismo, para que os seus trabalhos as cumpram. São regulamentações muito complexas e mesmo os projectos aparentemente simples podem ser uma dor de cabeça jurídica. Respeitar a envolvente e as regras implementadas para um determinado terreno são matérias que apenas um arquitecto pode abranger com segurança. O que faz um arquiteto e urbanista deve ser matéria para um artigo individual.
Tal como em outras profissões a arquitectura também tem especializações. Os arquitectos de interiores são também arquitectos, mas com uma especialização na parte mais ligada à vivência dos edifícios – os espaços habitacionais interiores e de usufruto exterior.
Além da formação em arquitectura, os arquitectos de interiores têm formação específica uma sensibilidade especial para os critérios estéticos e funcionais do quotidiano dos clientes. Eles estão focados em critérios exclusivos dos espaços interiores, como a disposição dos compartimento e dos circuitos de circulação, espaços positivos e negativos, localização dos espaços funcionais e sua faceta prática, inter-relação entre os vários ambientes, localização das escadas e janelas e muito mais, sempre com uma atenção particular ao design e à imagem.
Como já deve ter percebido a resposta a esta questão não é nada directa. Se a maioria dos arquitectos trabalha por conta própria, e por isso ganha ao projecto, onde a experiência e o nome são fundamentais, também os há que trabalham em gabinetes de arquitectura por conta de outrem, e ainda aí o salário vai depender da experiência. O volume dos projectos e a sua complexidade também têm uma grande influência nos ganhos destes profissionais.
Para o leitor, menos do que saber que o ordenado de base costuma andar à volta de 750 Euros no início da carreira de arquitecto, será talvez mais importante saber que o valor dos projectos de arquitectura pode representar cerca de 10% do valor do projecto total, segundo a nossa pesquisa.
Leitura recomendada para quem quer saber mais: Quais são as diferenças entre o trabalho de um arquitecto e de um designer de interiores?